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Archive for the ‘Sétima arte’ Category

ACREDITE EM MIM: Um convite à reflexão, ao acolhimento.

6/ março / 2022 Deixe um comentário

O abuso sexual contra crianças e adolescentes, hoje é preocupação em escala mundial. Ferir a infância e sua dignidade sexual é uma das mais graves violações aos direitos fundamentais, qual seja, a violação a dignidade da pessoa humana.

Trata-se de um crime que provoca mais que marcas físicas na vítima, pois sequelas psicológicas do ocorrido se perpetuam durante o restante de toda sua vida.

Tais abusos sexuais contra crianças, adolescentes, em grande parte, se repetem em razão da incredulidade e negação daqueles que deviam acreditar e acolher.

Por outro lado, a lei do silêncio é aliada dos abusos intrafamiliares, pois o segredo passa a tomar conta da vítima quando não recebe o que mais deseja: Respeito, dignidade, compreensão e solidariedade, além da conduta ética dos agentes envolvidos no caso.

Com se vê, o abuso sexual infantil é uma forma de violência que envolve poder, coação e/ou sedução. É uma violência que envolve duas desigualdades básicas: de gênero e geração.

O filme ACREDITE EM MIM, além de contar uma história real, alerta para o risco de nós, enquanto familiares, sociedade, amigos e até mesmo o sistema de investigação e justiça precisam se policiar para não serem revitimizadores no processo de violação da dignidade daquelas que buscam escuta, empatia e acolhimento.

Lançar dúvidas ou recusar peremptoriamente as declarações de crianças, adolescentes sobre notícias de abusos sexuais só aumentará os problemas e nos tornará cúmplices dos crimes sexuais que acontecem ao nosso redor, sobretudo quando clandestinos.

Se de um lado, tomar tudo como verdade é perigoso. Desacreditar de forma absoluta o que a vítima diz potencializa os problemas e estima a reiteração da conduta pelos criminais.

Cabe a nós, conduzirmos tais noticiantes aos órgãos e profissionais capacitados para que procedam a escuta individualizada e tratem a questão de forma profissional e científica.

É preciso refletir sobre isso,
É preciso escutar,
É preciso acolher,
É preciso ACREDITAR!

DOUTOR GAMA: É possível aprender no cativeiro

29/ agosto / 2021 Deixe um comentário

É possível aprender no cativeiro.

Luiz Gama viveu há menos de 200 anos. Vendido, escravizado e com todas as situações propícias para que fosse mais uma vítima da sociedade preconceituosa é acostumada a negar direitos.

No entanto, Gama descobriu no conhecimento a oportunidade de mudar sua história. Contrariando regras, aprendeu a ler e a escrever, encontrou Antônio – alguém que decidiu o ajudar, mesmo sabendo que nada receberia em troca (a verdadeira solidariedade).

Daí, Luiz Gama percebeu que aquilo tinha aprendido não serviria apenas para si, mas só faria sentido se fosse utilizado para trazer transformação social, mudança na vida dos outras pessoas.

Ao assistir “Doutor Gama”, somos advertidos que a simples existência da lei não garante a efetivação de direitos, que muitos praticam crimes e atrocidades em nome da “liberdade”, somos inspirados a acreditar que é possível aprender no cativeiro, somos estimulados a conquistar nas adversidades, a mudar a jornada da nossa existência e contribuir para que os outros descubram a esperança de ser livre.

Ousemos ser “Gama” para termos coragem de mudar o rumo da nossa existência. Sejamos “Antônio” para estender a mão a quem quer viver uma nova realidade, quem sonha com dias melhores.

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DOM: A reflexão e o debate precisam ser maiores que a revolta.

27/ junho / 2021 Deixe um comentário

O crime tem sua história. A criminalidade é um sistema que envolve vários personagens, estruturas e organizações – família, facções, Estado (seja pela ausência na periferia, seja pela corrupção nas instituições), usuários, líderes e soldados do tráfico.

A série “DOM” é dramática, revoltante e assustadora.

No entanto, não há como desmentir e fugir da realidade. É inadiável enfrentar o problema brutal das drogas e criminalidade.

Para tanto, é preciso compreender como a droga e o crime entram e são alimentados na vida das pessoas, bem como o papel sujo desempenhado por muitos agentes do Estado que muitas vezes acorrentam e aprisionam pessoas no crime. Teimar, tapar os olhos todos os dias e fingir que não acontece só piora a realidade.

Drogas, crimes e política criminal é um debate sério que não se resolve com armas, distintivos e hashtags ou frases prontas.

Quanto mais postergado, mais danos a sociedade sofrerá.

Que o espanto e a revolta que sentimos ao assistir “DOM” promova reflexão, novo posicionamento e novas atitudes

É duro admitir: Tem muito “cidadão de bem” lucrando com o tráfico mais que os próprios traficantes.

Por fim, quanto às drogas, um recado: Não há força maior que a correnteza do vício. A adrenalina é uma ilusão que só leva a um destino: O fundo do mar (a morte).

Obs.: Tirem crianças, adolescentes e pessoas sensíveis da sala, pois as cenas são fortes, muitas fortes. Pessoas que já tiveram problemas com drogas devem refletir se devem assistir, ainda que a série confronte a ilusão que é o mundo das drogas e da vida “fácil”.

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Cores da Justiça

27/ dezembro / 2020 Deixe um comentário

Se você almeja ou já exerce a carreira policial, o filme “Cores da Justiça” é uma inspiração excelente para vencer a corrupção do sistema, o racismo, o machismo e estabelecer a justiça.

A justiça tem as cores que nós damos ao mundo com as nossas atitudes, com o nosso comportamento, ainda que a maré esteja em sentido contrário, ainda que o ambiente seja desfavorável.

A diferença que o mundo precisa nunca estará na nossa cor de pele, no cargo que ocupamos.

Sejamos a MUDANÇA!
Sejamos a DIFERENÇA!

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Marshall: igualdade e Justiça

6/ setembro / 2020 Deixe um comentário

Está é mais uma história daquelas que ouvimos reiteradas vezes: A discriminação.

Mas, deixe eu dar uns pitacos sobre a relação do filme com o processo penal e a democracia.

O prazer pelo processo criminal injusto que nos seduz a vê-lo como um evento esportivo quando, na verdade, vidas estão em jogo.

Um processo penal justo não aceita a confissão como algo suficiente para a condenação.

Um processo penal justo sabe dos perigos do “consenso” quando estamos diante de vulneráveis.

Sim! Todo réu em um processo penal é vulnerável, pois tem contra a si a necessidades do Estado em “dar uma resposta”.

Um processo penal justo rejeita “consensos”, especialmente em um período em que condenações geram mais êxtase que indagações sobre se houve respeito às regras do processo, um período em que “assumir um crime” é melhor que aguardar a demora do processo, pois a medida cautelar é mais severa que a própria pena.

Marshall pode até nos revoltar quando vemos que um advogado não pode usar sua voz simplesmente pelo fato de ser negro, mas não custa lembrar que a sociedade via como normal brancos e negros estudaram em salas apartadas até 1953 nos EUA (o país que o brasileiro idolatrara) é que cotas são motivos de raivas para muitos, quando delas não fazem jus.

Hoje, não é diferente. Simplesmente julgamos e apartamos pessoas pelo simples fato de pensarem diferente de nós, de terem origens e hábitos sociais que não cultivamos. A “cor” ainda afasta, mas, juntamente com ela, a sexualidade, a religião, a origem, a nacionalidade, a posição politica.

O “crime” do outro? O mais vil, ate que não seja feito por alguém próximo a mim. É aquele que eu faço? Plenamente justificável, embora não existam crimes perfeitos.

Vigiemos!

A humanidade continua tendo prazer em se dividir, excluir e hierarquizar pessoas, continuamos a ver as desigualdades sociais como simples resultado de um jogo, quando neste game, vidas estão em jogo. pois é melhor viver a arte do conflito e sempre ter um adversário, um inimigo, do que buscar a solução que começa em admitir uma verdade: SOMOS TODOS IGUAIS!

MILADA: inspiração & Confronto

30/ agosto / 2020 Deixe um comentário

Até que ponto estamos dispostos a lutar por aquilo que acreditamos?

Até que ponto estamos dispostos ao sacrifício pela igualdade?

Até que ponto nos incomoda vermos pessoas sendo criminalizadas simplesmente pela sua crença, filosofia ou maneira de ver o mundo ser diversa da nossa?

Até que ponto a confissão do acusado é suficiente para condenação?

Milada é inspiradora, mas confrontante sobre o que nós entendemos ou estamos dispostos aceitar como respeito aos direitos humanos.

Disponível no Netflix..

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Um fim de semana diferente

A conexão entre um pai e um filho surge quando ambos deixam se revelar justamente pelo que são.

Um pai nada perfeito, viciado, desempregado. Porém, humilde suficiente para aprender com o filho e perceber os erros que tomou na vida. Um filho despido de preconceito e disposto a ajudar o pai a rever seus vacilos. Assim, surge uma amizade linda.

Somente quando descobrimos ouros universos, percebemos que o nosso universo não leva a canto algum.isso só acontece quando há convivência.

O filme “um fim de semana diferente” (The Confirmation) nos faz pensar: “Mais vale a trajetória que o resultado. As lições estão na jornada, não no objetivo”

É possível aprender até nas situações mais inusitadas, com pessoas de quem o mundo não espera nada.

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LUTA POR JUSTIÇA: Aspas, Pitacos & Reflexões.

Vivemos tempos em que o medo, a raiva, a indignação, a distância e as “informações” imediatas das redes sócias facilitam as condenações. Manipulados por processo de narrativas, criamos uma “própria justiça”.

Sim! As opiniões e os direitos constitucionais, muitas vezes são superados para que seja feita “Justiça”.

Fazer a coisa certa nem sempre é justiça. Por sua vez, para fazer justiça nem sempre é necessário fazer a coisa certa. Estranho? Estranho,

Ao assistir o filme a Luta Por Justiça (2019), resolvi copiar algumas frases, as quais misturei com os meus pitacos e reflexões. Daí, compartilho em seguida:

 

ASPAS

“Nem todos estão lá por um bom motivo. Existem pessoas presas injustamente”.

“Existem pessoas que são culpadas desde o momento que nascem, pois tem cara de quem pratica crime”.

“Não importa o que os outros acham, Importa o que você acredita”.

“Eu disse que fiz o que eles disseram o que eu fiz”.  

“É melhor não contestar as acusações, você só ficará 25 anos preso”.

“Ignorar a verdade para apresentar solução fácil não faz parte do Estado de Direito. Isso não é Justiça”.

Diante de uma condenação baseada em falso testemunho: “Mexer em feridas provoca dor em muita gente”

O trabalho da defesa técnica não é agradar pessoas, mas buscar justiça.

“Fora da comunidade, ninguém não tá nem aí”

“Eu sei muito bem o que é ser excluído. Por isso, faço isso”

“Não preciso que as pessoas gostem de mim, perder amigos, ouvir o que não gosta. Apenas, quero fazer o que eu devo fazer. Não quero que meu filho cresça sabendo que a mãe dele deixou de fazer a coisa certa por medo…”

 “A desistência é um único motivo para lamentação”

“O caráter de uma nação se reflete como ela trata os pobres, os desfavorecidos e os condenados.

“A desesperança é inimiga da justiça”

“Não mudamos o mundo apenas com ideias na cabeça, mas com convicção no coração e com esperança”

“O oposto da pobreza não é a riqueza. O posto da pobreza é a justiça“

“Sempre há alguma coisa a fazer”

“Não importa o que você fez, a vida ainda tem um significado”

 PITACOS

“Cães danados devem morrer”. Muitos condenados à execução nos EUA, são defendidos por advogados favoráveis a pena de morte.  

“Eu não tenho como ir contra esses caros” – É possível que pessoas inocentes tenham medo da polícia e do Estado.

“Fui condenado a 70 anos de prisão, meu advogado não falou nada”. Existem advogados e defensores públicos que nada fazem pelo réu.

Quando o interesse em “colaborar com a justiça” e “testemunhar” depende da parte ou do resultado do processo, há interesse e colaboração, mas não é com a justiça. A justiça é cega.

Sim, ainda que provoque risos, existem pessoas em que o único objeto é “só ajudar”.

“Eu disse o que eles queriam que eu dissesse, eu só queria sair dali” – Prisões cautelares funcionam como um “gostinho da pena” para que o réu resolva confessar ou delatar. Não basta que exista confissão ou delação. É necessário que ela seja livre e de espontânea vontade.

A estrutura (polícia/sistema judiciário/governo) deveria proteger a todos — fecha propositalmente os olhos para uma parte da população, a esperada angústia gerada pela injustiça se torna insustentável, e assustadoramente atual.

Não espere que a verdade seja contada ou encontrada em processos judiciais. O que existem? Versões, histórias.

A consequência de uma prisão não se limita ao tempo em que ela dura. As consequências sociais, psíquicas e físicas são imensuráveis. Por isso, há necessidade de tanta cautela prisões, sobretudo quando cautelares, pois nestas o risco de absolvição ainda existe.

Nem sempre o Estado tem a oportunidade de rever seus direitos.

A taxa de erro nas condenações somente dos crimes que levam à pena de morte (crimes que chamam mais atenção e maior cautela na condenação) supera 11%. Qual seria a taxa de erros condenatórios no Brasil? Aqui não temos estrutura para a polícia investigar, não tempos estrutura para a acusação, o sistema judicial está abarrotado e a defesa técnica é privilégio de alguns. Nem metade da população tem acesso á Defensoria Pública, a qual, ainda caminha para o acesso igualitário. Diferente dos outros países (até mesmo da América Latina, não estou comprando com EUA, Canadá e Europa). não há um dispositivo no ordenamento jurídico brasileiro que autorize a investigação criminal defensiva.

REFLEXÕES

A impossibilidade da confissão como prova suficiente para condenações elimina o sistema inquisitorial. Neste sistema, a confissão protagoniza o processo. A realidade brasileira tem a confissão como algo quase insubstituível na maioria das condenações. De fato, nosso sistema é inquisitivo ou acusatório, quando em sua essência o confessor é um personagem quase insubstituível?

Qual a preocupação deve ser feita pela acusação? Observar as regras do processo?  Ou encontrar um culpado a qualquer custo?

É democrática uma sociedade que celebra mais condenações do que justiça? Há humanidade quando a correção do processo é julgada pelo seu resultado e não se houve observação das regras?

Sim! É corriqueiro que o réu, no dia da sua audiência, como em qualquer outro, sequer tenha tido qualquer alimentação, tenha dormido direito. Pessoas mal alimentadas, cansadas e famintas pensam racionalmente? Possuem grau mínimo de cognição para responder perguntas? A escrita do termo, a gravação do vídeo leva em conta isso? Ou interessa mais o que ele disse?

Quem é o povo? Quem é a sociedade? Garantir os direitos do acusado a um processo penal justo é também defender o povo e a sociedade?

Você viu onde estão sentados a Defesa e a Acusação? Tem alguém sentadinho ao lado do juiz?

O que governa nossas opiniões e decisões? O medo? A ira? Ou o Estado de Direito?

Diante de tantas inclusões, duvidas e pensamentos interrogativos, não percamos a esperança.

“A esperança é que nos faz avançar, mesmo quando a verdade é distorcida pelos poderosos, é o que nos permite levantar quando nos mandam sentar, que nos faz falar quando querem que nos calemos”..

PARA TERMINAR, NUNCA ESQUEÇA:

Você significa muito mais para as pessoas que te rodeiam do que você imagina!”

Todos nós, mais cedo ou mais tarde, precisaremos de justiça, misericórdia e da graça imerecida.

A confissão & O milagre da cela 7

19/ abril / 2020 Deixe um comentário

NEGAÇÃO

20/ março / 2020 Deixe um comentário

A liberdade de expressão consiste no direito fundamental que o ser humano possui de expor suas diversas opiniões e não ser criminalizado por ter uma opinião diferente.
Lado outro, a liberdade de expressão não pode ser confundida como uma autorização para mentir ou não sermos responsabilizados, ou deixarmos de arcar as consequências pelas nossas afirmações.
A liberdade de expressão jamais pode ser utilizada para que fatos históricos sejam negados.
A teoria da negação caracteriza-se pela falsificação deliberada dos registros históricos pelo simples desejo de apresentar eventos de forma condizente com suas próprias crenças ideológicas, mesmo que isso envolva distorção e manipulação evidência histórica.
Negação é um filme necessário para os tempos estranhos vividos atualmente.
Investigar e proteger as verdades históricas são indispensáveis para que possamos evitar erros no presente e no futuro.