A vírgulas da vida
Estudamos, estudamos e estudamos. No entanto, existem dias que a alma pede um descanso.
Nessa hora, somos tentados a pensar que isso parece ser indisciplina ou desorganização. Cuidado! Nem sempre a história é assim.
A vida de concursos é muito intensa, extremamente exigente e nos faz pensar que nunca podemos parar de estudar.
Acontece que isso deve ser melhor aprofundado por nós. É preciso distinguir o que é indisciplina da compreensão da necessidade de um descanso nos estudos. Isso é fundamental na preparação.
Quando eu era concurseiro, vivi minha preparação com muita intensidade por aproximadamente 3 anos. Eu vivia estudando mesmo. No começo, umas 3, 4 horas, mas em alguns dias, nas datas próximas de fases discursivas e orais, confesso que estudei aproximadamente 13, 15 horas. Claro que isso não dura muito, não pode ser assim a vida de um concurseiro.
Dai, pela carga de estresse, a necessidade do lazer e descanso gritam. Por tal razão, é indispensável que o candidato saiba coordenar bem isso.
Um dos erros mais comuns é o candidato não ser intenso, se punir porque “não está fazendo a coisa certa”. Uns decidem estudar nos momentos em que desejavam curtir e ficam estudando se punindo, reclamando, ainda mais quando veem a linha do tempo das redes sociais.
Outros decidem curtir, mas ficam na praia, na balada preocupados porque entram nas redes sociais e observam que os concorrentes postaram fotos estudando, alguém falando de disciplina ou um tema que não conhece. Bate o desespero e a pessoa fica frustrado na festa.
Aí mora o problema. O segredo da vida é ser intenso e se entregar ao que faz. Fazer uma coisa pensando em outra é uma verdadeira sabotagem com seus sonhos.
Se você decidiu estudar, ótimo, curta as disciplinas e aprenda. Mas, se você decidiu curtir, relaxar, aproveite mesmo para descansar.
Quando eu estava me preparando para o Exame da OAB, minha segunda fase aconteceu no dia 10 de janeiro. Eu compreendi que devia aproveitar o dias entre natal e ano novo para estudar mais, aproveitando a folga do trabalho. Fui em algumas confraternizações, mas estudava antes para não ter a “consciência pesada” e voltava cedo para revisar.
No concurso da DP/AM, a história foi diferente. Era o concurso do meu sonho, eu estava cansado e estressado. O concurso tinha sido anulado uma vez e eu me sentia mais que na obrigação de ser aprovado. Eu tinha estudado tanto que as costas reclamavam, algumas vezes ia dormir chorando com tanta tensão diante da proximidade da prov agendada para o dia 20 de janeiro.
O que eu fiz? Eu já tinha estudado tanto e percebi que ficar naquele quarto estudando só ia me fazer ficar mais angustiado. Tinha uma viagem marcada para curtir o Réveillon em Floripa.. Pensei na praia, na curtição e resolvi não me tirar isso. Não deu outra, #partiu. Fui curtir intensamente cada onda, cada brinquedo no Beto Carrero e aproveitar a ilha. Foram 8, 9 dias sem estudar, sem qualquer incômodo na alma, mas que valerem muito na minha preparação.
Resultado? Voltei com mais energia e disposição, estudei com mais a afinco e a aprovação veio.
Não estou dizendo para você viajar agora, correr para uma cachoeira, mas quero lembrar que a decisão é sua e deve ser fundamentada em um juízo de valor. Na OAB, um simples exame, percebi que não podia deixar de estudar nos dias festivos porque eu tinha uma pendência muito grande para esudar. Na DP/AM, o concurso da minha vida, resolvi parar e essa pausa me fez um bem louco.
De qualquer forma, seja qual for a sua decisão, seja intenso e pleno no que faz. Você aproveitará mais a vida e feliz no que faz
Ser aprovado em concurso é bom, mas está longe de ser tudo na vida. Existem momentos que o tempo leva e oportunidades que não voltam. Portanto, carpe diem, aproveite o dia, seja estudando, seja descansando.
Se um texto sem vírgula, vira uma correria incompreensível, uma preparação sem pausas nos tenta transformar em máquinas, sem alma, sensibilidade e sem vida.
Na preparação, valorize os estudos, mas não esqueça das pausas. Elas são necessárias!