Qual atitude após o resultado da reprovação? AFIAR A LÂMINA!
Quando eu era criança, adolescente, sempre ouvia entre meus colegas da escola sobre os testes de (QI) quociente de inteligência.
Nos idos anos da década de 1990, não tínhamos acesso aos sites e aplicativos de hoje. Assim, fazíamos aqueles exames de revistas disponíveis nas bibliotecas e saíamos perguntando um ao outro, o resultado obtido. Diante dos resultados, tínhamos um “ranking dos nerds” (rssrsrsr).
Acontece que a vida passou, a educação curricular se foi após a conclusão do ensino médio e da graduação. No entanto, o mundo competitivo apenas começou. Daí, aos poucos fui percebendo que aquela história de QI – quociente de inteligência não era tão fundamental para os objetivos que tracei na vida, especialmente nos concursos públicos. Vi que conhecimento e emoções só geram resultados se tivermos novas atitudes diante das adversidades.
O segundo é o QE (quociente emocional). Não me bastou apenas estudar. Percebi que olhar para o conteúdo de um edital e simplesmente ir preenchendo, marcando o que foi estudado não era suficiente. Eu precisei desenvolver um novo comportamento emocional. Os mais próximos percebem que tenho características muito espontâneas, sensíveis. Os resultados negativos, não tão esperados, me colocavam em uma situação bem peculiar, fechada e bastante estressante. Daí, percebi que não adiantaria ter conhecimento se, emocionalmente, eu não estivesse envolvido com a preparação. Daí, tive que desenvolver inteligência emocional para que mente e emoções passassem a viver juntas em prol do êxito. Neste aspecto, considero como foi fundamental a fé em Deus para crer que existia um propósito dEle na minha aprovação e que os resultados estavam na mão divina.
O terceiro é o QA (quociente de adversidade). Talvez, (já advirto, sem nenhum conhecimento técnico, apenas fruto da minha experiência vivida), a arte de superar adversidades seja a mais importante. Sim, é possível que uma pessoa faça apenas um concurso público na vida e já seja aprovado (conheço alguns). No entanto, a probabilidade disso acontecer é bem pequena, são pouquíssimos os casos e eu não estou na minoria. Eu fui um daqueles que fez vários concursos (uns 14 apenas de carreira jurídica, quem sabe) e em um deles, fui reprovado por 0,01 (isso mesmo um centésimo).
Daí, passo a me deter um pouco mais na necessidade da nossa reação diante da adversidade. Sei que vou soltar vários clichês, mas torço para que juntos me ajudem a expor o que quero transmitir. Já ouviu falar que “o problema não está em errar, mas repetir o mesmo erro”. “É burrice praticar ter o mesmo comportamento e esperar resultados diferentes”.
Pois é.
Aqui entra a chamada Lei da resiliência. Os concurseiros são reconhecidos em vários grupos. Os primeiros, aqueles que são corredores. Se empolgam, decidem fazer concurso e vão. Concurso adiado? Cancelado? Prova difícil? Eles respondem que concurso não vale a pena e abrem mão. Uma maneira de “desistir” pode se dar da seguinte maneira: O insucesso vem e você não desiste expressamente, mas também não recomeça, deixa o “gerundismo” mandar. “Estou descansando para voltar”, “estou voltando aos poucos”.
Claro que sei que mais importante que a velocidade nos estudos é a direção. Porém, sejamos sinceros: Quando um concurseiro diz que está “voltando”, “tá indo”, é porque em seu íntimo, ele sabe que não está dando o melhor de si na preparação. É o ledo sabotamento de estudar sem dar o melhor de si, achar que o sucesso tira férias, que a preparação depende do nosso estado sentimental. Geralmente, isso acontece com pessoas que vivem mais a decepção do resultado do que a disciplina da preparação.
Um outro grupo não desiste, é formado por pessoas perseverantes. Eles já superaram o primeiro grupo. Todavia, acham que o simples fato de não desistir já indica aprovação. Ocorre que estudam da mesma maneira, com os mesmos erros e assim não chegam à aprovação. Falamos aí em outro ditado popular: “Dar murro em ponta de faca”.
O terceiro grupo além de não desistir, decide afiar a lâmina do machado. Lâmina do machado? Concurso público? Que história é essa? Não encontrei em nenhum edital de concurso público. Explico: A Bíblia tem um texto escrito por Salomão, homem mais sábio que já existiu. Ele diz o seguinte: Trabalhar com um machado sem corte exige muito mais esforço: portanto, afie a lâmina. Esse é o valor da sabedoria: Ela o ajuda a ter sucesso (Eclesiastes 10.10 – Nova Versão Transformadora, Editora Mundo Cristão).
Se o machado está cego, não adianta usar com mais força, é preciso afiá-lo.
Do mesmo modo, se o resultado não chegou, não veio como esperávamos, não adianta forçar o cérebro. É preciso avaliar os erros e fazer deles verdadeiras lições. Precisamos compreender que vitórias e derrotas não são figuras, pessoas, mas apenas consequências do nosso resultado. Se houve vitória, alegria. Se houve derrota, deverá existir sabedoria.
O que é a sabedoria? É a inteligência organizacional, estratégica e financeira para saber onde se quer chegar e como chegar lá. Logo, ter conhecimento não significa ser inteligente, ter emoções disciplinadas também não é suficiente, é imperioso que conhecimento e emoções estejam alinhadas com um plano de decisão e organização mental.
Assim, surge a resiliência, a qual supera a perseverança. Se esta significa não desistir, a resiliência (termo oriundo da física) na psicologia corresponde a TOMADA DE DECISÃO que deve existir entre uma situação adversa e a vontade de vencer. E decisões são comprovadas através de atitudes. Logo, se entendemos que entramos na vida do concurso público, aprendemos que concursos não são feitos para passar, mas até passar, o próximo passo é ter sempre uma atitude, ação diante da reprovação.
Essa atitude se manifesta na avaliação do resultado.
Ora, criaram no mundo do “sim”, dos perfeitos e das visualizações e curtidas que apenas aprovação importa e reprovações são fracassos. Porém o jogo da vida é bem diferente. “Na real”, temos acidentes, crises e derrotas. Resta-nos compreender que perdas firmam preciosas lições, que falhas despertam preciosas qualidades que permaneceriam mortas em nós se tivéssemos apenas vitórias. Logo, as derrotas ensinam e ensinam muito mais que as vitórias.
Para ser mais prático, deixo uma dica: Trata-se do plano PDCA (Plan-Do- Check-Action). Implica em Planejar, Fazer, Avaliar os erros e acertos, Agir de forma corretiva, vigilante para não incidir no mesmo erro). Para empregar este plano, precisa ter flexibilidade, mas que eu prefiro chamar de humildade, a arte de aprender com os erros e mudar.
Pode até parecer exaustivo, mas isso será percebido nos resultados futuros. Um provérbio chinês diz: “Se quiser derrubar uma árvore na metade do tempo, passe o dobro do tempo amolando o machado.”
A partir de então, eu passei a me policiar através de 02 perguntinhas: O que aprendi hoje? O que aprendo com este fracasso? E foi assim que pude desenvolver novas atitudes diante de cada adversidade. Essas novas atitudes me renovavam de tal forma que a vontade de vencer se fortalecia, a fé na aprovação se tornava maior.
Aprenda o máximo com os insucessos
Não desista!
Continue, mas afie a lâmina do machado! Avalie o que foi feito, o que podia ser melhor antes de continuar e tente com novas atitudes.
Erros e derrotas são oportunidades no processo de aprendizagem e crescimento no rumo da aprovação e do sucesso.
Ao agir dessa forma, desenvolvemos sabedoria: Ela nos ajuda a ter sucesso (Eclesiastes 10.10).
Afiar a lâmina gera um pouco mais de cuidado e disciplina, mas valerá a pena, o sacrifício será muito bem recompensado.
Grande abraço.
Helom Nunes
Pequena lista de perguntas que podem te ajudar a “afiar a lâmina”
Que falhas ocorreram no processo de preparação da prova anterior? O que você poderia fazer com maior atenção, cuidado e disciplina? Qual disciplina você deveria dar mais atenção? Qual distração precisa ser tirada? O material utilizado está ok? Você é disciplinado no cronograma? Estuda com total atenção? Descansa bem entre as jornadas de estudos? A alimentação estava correta para o rendimento dos estudos ou utilizou drogas (álcool, remédios) na preparação? O método de estudo está organizado ou mistura todas as disciplinas durante o dia e impõe ao cérebro que aceite a bagunça de vários assuntos diferentes no mesmo dia?